domingo, 25 de outubro de 2009




"Me conta uma história, qualquer uma, mas tem que ser de verdade, daquelas que a gente pula do trigésimo andar sabendo que não tem cama elástica embaixo, sabendo que a gente apaga antes de tocar o chão... se você conseguir contar algo assim eu fico aqui o resto dos meus dias... "

A visão da diretora


“Me leva pra casa é um texto cujas reflexões não estão apenas nas imagens de cena ou no diálogo das personagens, elas estão no vácuo em que cada um de nós se permite mergulhar. Me leva pra casa é um presente... eu agradeço imensamente ao meu irmão João Fábio Cabral pela permissão de vivenciá-lo. Agradeço o carinho e o cuidado de todos que me colocam diariamente em contato com ¨a tal¨ felicidade e por isso tornaram possível esse trabalho; obrigada Mariana Blanski, Guilherme Gonzalez, Flávia Tápias... e especialmente a Camila Graziano, Tamayo Nazarian e Marta Guerreiro.

Dedico cada respiro dessa peça aos meus pais Rosemaria e Celso Carlucci. E ao meu amigo, com muita saudade, Fausto Brunini.”

Fabiana Carlucci

sábado, 24 de outubro de 2009

FICHA TÉCNICA

Espetáculo: Me Leva Pra Casa

Texto: João Fábio Cabral

Direção: Fabiana Carlucci

Elenco: Guilherme Gonzalez e Mariana Blanski

Assistente de direção: Flávia Tápias

Cenografia: Rogério Harmitt

Figurino: Rogério Harmitt e Thamy Vosg
Iluminação: Gustavo Haddad
Projeto gráfico: Karin Nagae
Fotografia: Fábio Medeiros

Trilha sonora original: Fernanda Galetti e Marcelo Trivelli

Direção de Movimento: Eduardo Estrela
Produção: Guilherme Gonzalez e Mariana Blanski

Serviço
Estreia: 6 de novembro - sexta-feira - às 21h30
Local: Teatro Centro da Terra -
http://www.centrodaterra.com.br/

Rua Piracuama, 19 – Sumaré/SP – Tel: (11) 3675-1595
Ingressos: R$ 30,00 (¹/
2 entrada: R$ 15,00) - Bilheteria: 2h antes das sessões.

Temporada: sextas (21h30) - Até: 11/12/09

Classificação etária: 14 anos – Duração: 60 min – Gênero: Drama - 100 lugares

Aceita somente cheque e dinheiro - Acesso universal - Ar condicionado. Estacionamento grátis (vagas limitadas). Ingressos antecipados: http://www.ingressorapido.com.br/ (4003-1212)

O autor reflete sobre Me Leva Pra Casa:


“Não existe o fim no mundo dos vivos, pelo menos aparentemente. O que se carrega diante de um fato trágico é, talvez, a própria tragédia. O que é a dor? Ela não é sentida pelo outro; ao contrário ela é presente na intensidade particular de cada um, talvez, mas ainda acredito naquele ‘acho’, eu imagino. Em Me Leva Pra Casa visualizo essa imagem da volta, seja do passeio tranqüilo ou da tragédia estabelecida, é como se a nossa mente sempre buscasse imaginar ou calcular o tamanho de uma perda, mas o real ultrapassa esse limite, nos joga diante de um túnel escuro e sem fim. Mas o que é o fim? Não sei, penso ainda que não exista. Esse dilúvio inunda nossos desejos, pensamentos, ele aniquila por algum tempo a nossa força. O caminho já não é o mesmo quando a gente perde quem ama e essa dor talvez fique, a cada dia, mais perversa e chegue ao topo da crueldade. Existe aquela opção na qual desviamos nossa serenidade para um estado atmosférico e invisível, onde a anestesia canta sua canção cinza, onde a apatia vira fome e a falta daquela vontade de viver se estabelece como cardápio.” - João Fábio Cabral

Peça inédita de João Fábio Cabral estreia em novembro

O espetáculo inédito Me Leva Pra Casa, de João Fábio Cabral, estreia no dia 6 de novembro, no Teatro do Centro da Terra, às 21h30. Com direção de Fabiana Carlucci, a peça narra o momento de despedida de um casal que, após perderem a única filha em uma fatalidade, vê sua relação alterada e sem qualquer possibilidade de retorno. A montagem traz no elenco os atores Guilherme Gonzalez e Mariana Blanski.

A peça se apresenta como um fragmento da história desse jovem casal – Ana é poetisa e Sergião, dono de um sebo. Eles se encontram numa cena de despedida, após a morte da filha, vitimada por uma bala perdida. Mesmo havendo amor em excesso, eles não conseguem retomar a vida juntos. A perda da única filha é o estopim que desperta os sentimentos presos numa relação calcada na fuga e na dor da saudade, nos encontros e desencontros. O casal está no mesmo galpão onde se conheceram; ela está com a passagem comprada para ir embora e, involuntariamente, rememoram passagens de suas vidas. Para a diretora Fabiana Carlucci, Me Leva Pra Casa tem reticências na prolixidade e no silêncio. “É um texto cujas reflexões não estão apenas nas imagens da cena ou no diálogo das personagens, elas estão no vácuo em que cada um se permite mergulhar”, diz.

Embora o texto seja carregado de realismo, o trabalho de Fabiana segue em direção contrária e busca uma encenação mais sensorial e intuitiva. “As angústias pessoais das personagens são expostas a partir da tragédia; como descobrir onde, exatamente, está essa dor da perda e como continuar vivendo?”, questiona a diretora. “O que mais me atrai em Me Leva pra Casa é a resignação diante de uma fatalidade. Por mais suspensas que as personagens estejam da realidade elas desejam, de alguma forma, a felicidade”. Fabiana ainda completa dizendo que “o texto de João Fábio Cabral expõe essa fatia de qualquer um de nós, mesmo sendo um recorte de uma experiência não vivenciada”. Para ela, a questão que o texto expõe é: “como se faz para dar "voz” a um coração que se percebe vazio, quando o medo, as dúvidas e as incertezas tomam conta?”.